Marcado por troca de ofensas entre candidatos -- ilustrada pela enorme quantidade de pedidos de resposta, dez ao todo --, o primeiro bloco do debate entre presidenciáveis na TV Globo, nesta 5ª feira (29.set), também teve um momento de destaque com um embate entre os candidatos Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB).
Já no começo, ao escolher o oponente, a candidata do União Brasil teve dificuldades para falar o nome dele -- chamado-o inicialmente de Padre Kelson, Padre Kelvin e, por fim, de candidato padre. Depois, questionou a quantas pessoas ele deu a extrema unção (a bênção dada aos cristãos no momento da morte) durante a pandemia.
Em resposta, o representante do PTB acusou os oponentes de estarem mentindo. Na réplica, Soraya o chamou de cabo eleitoral de Bolsonaro -- sendo interrompida durante a fala -- e questionou se ele não tinha medo de ir para o inferno. O padre, por sua vez, perguntou se "só se morre de covid nesse país" e disse que não tem medo de ir para o inferno porque "vive o Evangelho, coisa que a senhora não sabe o que é, porque se soubesse com certeza não estaria desrespeitando um padre e mandando um padre para o inferno".
"Padre de festa junina"
No segundo bloco, os dois voltaram a se enfrentar. Com uma pergunta temática sobre combate ao racismo, o padre afirmou que todos são iguais e criticou a divisão, segundo ele, promovida pela esquerda, além de citar países sul-americanos com a Venezuela. Na réplica, Soraya retomou temas do embate do primeiro bloco, falou sobre a proposta de imposto único e apontou que o candidato do PTB não respondeu a sua pergunta sobre extrema unção: "Não deu extrema unção porque o senhor é um padre de festa junina".
Padre Kelmon pediu e teve concedido um direito de resposta e disse que Soraya "desconhece o valor de um sacerdote" e voltou a acusar de usar "falácias" e "mentiras".