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Santa Catarina teve apenas cinco mulheres no Senado
29/08/2022 23:46 em Política

A luta pela igualdade de gênero não é recente. Na antiguidade, as tradições da sociedade judaica não permitiam que as mulheres se sentassem à mesa com os homens durante as refeições.Em diversas culturas, a maternidade era desvalorizada quando dava à luz uma menina. A conquista do espaço na mesa de jantar, a valorização na família e em tantos outros lugares, só foi obtida após anos de lutas.Na política não foi diferente. Durante o governo de Getúlio Vargas o Brasil presenciou uma mudança histórica da luta feminina: a conquista do voto. Apesar de as mulheres fazerem parte do corpo social, seus direitos à condição de cidadãs foram concedidos apenas em 1932. Naquele ano, pela primeira vez, as brasileiras podiam votar e ser votadas.

No entanto, mesmo após nove décadas, o índice de representação das mulheres neste meio ainda é baixo. E Santa Catarina acompanha o ritmo nacional.Levantamento do NDI (Núcleo de Dados e Jornalismo Investigativo) do Grupo ND examinou os registros das 8 últimas legislaturas e identificou os nomes de 46 senadores e suplentes no Senado. A análise iniciou na 49ª Legislatura, em 1991, até a 56ª Legislatura, de 2019.

Deste total, apenas cinco mulheres ocuparam o cargo no Senado, das quais quatro exerceram a função de suplente e apenas uma foi eleita como senadora, Ideli Salvatti (PT). Isso corresponde ao percentual de 10% de representação feminina eleita quando comparado ao número total de senadores eleitos durante as legislaturas de 1991 a 2019.O número é ainda mais baixo quando se trata de governadore vice. A análise verificou todas as legislaturas após o período de redemocratização, iniciado no ano de 1987 até o atual.

Foram sete governadores nomeados, excluindo as reeleições, e oito vice-governadores. Desses, apenas uma mulher foi eleita, a atual vice-governadora, Daniela Reinehr (PL).Essas são as marcas deixadas pela exclusão histórica da mulher na sociedade, que reverbera em diversos campos, inclusive na política, como explica a antropóloga Miriam Pillar: “O sistema político eleitoral, tal como ele está constituído, tem uma origem histórica. Desde a Grécia antiga, a ideia de democracia excluía as mulheres. No mundo ocidental, só vamos ter direito ao voto no século 20. É muito recente”.

 

 

 

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