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Marceneiro que matou e enterrou a esposa no quintal em Tubarão é condenado a 17 anos de prisão
Segurança
Publicado em 27/02/2025

O Tribunal do Júri de Santa Catarina condenou, nesta quarta-feira, Ailton Luiz Ceolin de Araújo, de 42 anos, a 17 anos de prisão pelo assassinato da companheira, Jaqueline Rosa de Oliveira, em 2022. O crime, que chocou Tubarão e a região como um todo, envolveu esquartejamento, carbonização e ocultação do corpo no quintal da residência do casal. O julgamento durou 18 horas.

 

Segundo a investigação da Polícia Civil, Jaqueline foi morta entre os dias 28 e 30 de setembro de 2022, mas seu desaparecimento só foi esclarecido nove meses depois. Durante esse período, familiares buscavam por informações enquanto Ailton continuava sua rotina normalmente. O corpo foi descoberto após a polícia encontrar restos mortais queimados no terreno da casa onde o casal morava.

 

O réu alegou que Jaqueline sofreu um mal súbito durante uma discussão e morreu na cozinha. Afirmou ainda que, sem saber como agir, decidiu esquartejá-la, atear fogo e enterrá-la. No entanto, a perícia apontou cortes retilíneos nos ossos da vítima, indicando que a ação foi premeditada e meticulosamente executada.

 

Uso do dinheiro da vítima levantou suspeitas

 

Após o crime, Ailton internou-se voluntariamente em uma clínica de reabilitação. Enquanto isso, parentes de Jaqueline continuavam as buscas. Dois meses depois, ao deixar a clínica, ele passou a utilizar o cartão da vítima para saques e compras, levantando suspeitas sobre seu envolvimento no desaparecimento da companheira.

 

Ailton justificou o uso do cartão alegando que parte do dinheiro era dele e que estava em dificuldades financeiras. No entanto, o Ministério Público destacou que a atitude evidenciava frieza e tentativa de se beneficiar financeiramente após o crime.

 

Histórico de violência e evidências digitais

 

Jaqueline havia registrado um boletim de ocorrência contra Ailton dois meses antes do crime, denunciando agressões e ameaças. No dia 28 de setembro de 2022, ela recebeu uma intimação policial para prestar depoimento sobre a denúncia. Coincidentemente, essa foi a data em que foi vista pela última vez.

 

Além disso, Ailton manteve as redes sociais da vítima ativas após sua morte, chegando a alterar sua foto de perfil no Facebook para uma imagem do casal, como se Jaqueline ainda estivesse viva. Ele também enviava mensagens para o próprio perfil da vítima, possivelmente para despistar os familiares.

 

Sentença e recursos

 

O juiz Lírio Hoffmann Júnior condenou Ailton a 16 anos e 4 meses pelo homicídio e a 1 ano, 1 mês e 10 dias por ocultação de cadáver. O magistrado negou o direito do réu de recorrer em liberdade, ressaltando a gravidade do crime e o risco que ele representa para a sociedade.

 

Os advogados de defesa, Tcharles Koch e Henrique Comeli, anunciaram que irão recorrer da sentença. Segundo eles, não há provas concretas de que Ailton tenha matado Jaqueline, já que a causa da morte não foi oficialmente determinada pela perícia. A defesa argumenta que o réu não pode ser retratado como um "monstro", pois não há testemunhas diretas do crime.

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