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Propinas do escândalo do lixo seriam superiores a R$ 100 milhões: confira as novas informações sobre as delações premiadas
23/02/2023 06:36 em Geral

Sete prefeitos de Santa Catarina já foram presos por causa da Operação Mensageiro. Um dos últimos foi o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP). Outra grande suspeita é a suposta mesada de R$ 50 mil que seria paga ao prefeito de Lages, Antônio Ceron. Estas propinas partiriam da empresa que é pivô da operação: Grupo Serrana.

Um dos principais pontos que devem ajudar nas elucidações do esquema do lixo são as delações premiadas. O empresário Altevir Seidel, conhecido como "mensageiro da propina", teria fechado a delação premiada com a Procuradoria da Justiça e os detalhes dessa delação estão em sigilo de justiça nível 5, o mais alto no Judiciário.

Nos últimos meses foram cinco delações premiadas. Segundo o colunista Anderson Silva do NSC, nos acordos, os investigados assumem que cometeram ilícitos. Em troca, o MP-SC oferece penas reduzidas e a possibilidade de os réus devolverem recursos públicos que foram levados dos cofres públicos. Um dos primeiros acordos foi o do ex-prefeito de Bela Bista do Tordo, Adelmo Aberti em 2020 como parte da operação Et Pater Fillium, que investigava obras de engenharia. As informações de Aberti desencadearam a Operação Mensageiro. Recentemente, o ex-prefeito de Canoinhas, Gilberto Passos realizou acordo de colaboração premiada e trouxe mais indícios sobre as supostas práticas corruptas entre agentes públicos e privados. O fato é que estas informações devem acelerar o andamento das investigações.

Segundo o site NSC estima-se que foram pagos mais de R$ 100 milhões em corrupção, como propinas. Além disso, a empresa pode ter lucrado cerca de R$ 430 milhões com os contratos. O responsável por fazer a entrega das propinas da empresa Serrana para os prefeitos e agentes públicos seria Altevir Seidel, que saiu da empresa em 2013. A expectativa é de que as delações de Seidel possam revelar ainda mais nomes de políticos beneficiados pelo esquema. Ele está preso desde dezembro em Joinville, após o Ministério Público ter acompanhado os movimentos do empresário por um ano e meio, juntando documentos que apontam o envolvimento dele no esquema.

A Serrana Engenharia é o centro das denúncias do esquema. A empresa tem envolvimento na coleta de lixo das sete cidades catarinense que tiveram os prefeitos presos. Ela conta com contratos no valor de R$ 14 milhões com as prefeituras, principalmente na área da coleta de resíduos, por isso o nome "escândalo do lixo". Itapoá e Lages têm os maiores valores em contratos: cerca de R$ 5 milhões pagos ao ano para a coleta, transporte e destinação do lixo.

Segundo o portal NSC, o Ministério Público estaria tratando tudo com muito cuidado, evitando a divulgação do nome dos presos em publicações oficiais e mantendo os passos da investigação sem vazamentos. A operação não quer ter problemas em relação à lei, diferente do que aconteceu com a operação Lava-Jato.

 

 

Fonte: Portal NSC / Metrópoles / MP-SC
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