Um despacho do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre um pedido de habeas corpus para o empresário Altevir Seidel, pivô da Operação Mensageiro, ajuda a entender até onde a polícia e o Ministério Público já chegaram nas investigações do "escândalo do lixo" em Santa Catarina. Uma das revelações feitas pelo documento é que a apuração conta com imagens da entrega de dinheiro a prefeitos.
“Há diversas imagens de encontro do investigado com agentes públicos, extrações de dados de encontros e contatos, filmagem de maços de dinheiro em frente à casa de um prefeito” relata trecho do pedido de prisão contra Seidel, determinado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina e citado pela ministra do STJ, Laurita Vaz.
As investigações correm em sigilo, e até agora poucas informações vazaram. Mas sabe-se que Seidel é considerado "o mensageiro", que dá nome à operação. Para o Gaeco e o Grupo Anticorrupção do MPSC (Geac), ele seria o responsável por intermediar as negociações obscuras em contratos de serviços de coleta e descarte de lixo em diversas cidades no Estado, para o Grupo Serrana.
Trecho do despacho de prisão indica que a operação, que já levou sete prefeitos de Santa Catarina à prisão, ainda pode ter novos desdobramentos, falando em "dezenas" de pessoas. O texto diz que Seidl era o “principal resposavel pela entrega de propina para dezenas de agentes públicos”.
Conforme a coluna de Anderson Silva, os movimentos de Seidel foram acompanhados pelo MPSC por um ano e meio. Foi por meio desse monitoramento que a investigação avançou sobre os prefeitos. O empresário deixou o Grupo Serrana em 2013, mas teria seguido com a responsabilidade de fazer o pagamento de propinas.
Fonte: NSC tOTAL