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Alerta: alunos cheiram pó de corretivo em escola de SC
Geral
Publicado em 11/04/2022

Alunos de uma escola em Santa Catarina aderiram a uma nova e perigosa tendência que vem circulando na internet e deixando pais e professores em alerta. Crianças e adolescentes publicam vídeos cheirando pó de corretivo líquido raspado, também conhecido como “branquinho”, como se fosse cocaína.

 

A prática foi registrada em meados de março em uma escola de Lages, na região Serrana do Estado, e também em instituições no Paraná e São Paulo. Publicações na internet sobre o assunto mencionam expulsões, processos e até a presença da polícia nas escolas. O ato representa um perigo para a saúde física e psicológica, conforme alertam médicos especialistas.

 

O corretor é feito à base de água, mas contém substâncias que podem ser prejudiciais e trazer efeitos colaterais, como o dióxido de titânio, que serve para deixar o líquido com a cor branca. O médico otorrinolaringologista Henrique Pedro Von Zuccalmaglio Filho diz que a substância em si não é altamente tóxica. No entanto, a inalação desse componente pode provocar um quadro irritativo no nariz, rinite química, lacerações, ulcerações e até mesmo sangramentos.

 

“É um corpo estranho dentro do nariz. O corpo vai ter uma reação inflamatória. Pode congestionar o nariz, aumentar a produção de secreção e facilitar uma sinusite”, explica o médico. Se a inalação for feita de forma repetitiva, o pó pode descer às vias aéreas inferiores e, no caso de uma pessoa asmática, desencadear uma crise grave.

 

O pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum diz que a inalação do pó não gera nenhum efeito alucinógeno ou prazeroso. “A criança que cheira esse pó não imagina que ele vai para os pulmões e que pode causar grandes danos, como pneumonia, pneumonite, infecções, reações alérgicas e asmas, por exemplo”, disse o médico em entrevista ao Portal R7.

 

O otorrinolaringologista orienta que a pessoa utilize um antialérgico anti-inflamatório e lave o nariz com soluções salinas, a base de soro fisiológico ou substância semelhante. “Caso permaneça alguma complicação ou desconforto, a pessoa deve buscar o auxílio de um médico otorrinolaringologista”, sugere.

 

Além de lesões e doenças respiratórias, a “modinha” é vista pelos especialistas como um estímulo ao uso de drogas. O pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum diz que existe um efeito psicológico e também uma apologia às drogas.

 

“Não é para ficarmos incentivando uma criança a fazer algo assim [inalar pó de corretivo], pois estamos ensinando um mau hábito. É importante conversar com a criança e o adolescente e deixar claro que isso não vai trazer nenhum benefício a ela”, disse o pediatra.

 

O otorrinolaringologista Henrique Pedro Von Zuccalmaglio Filho acredita que esse tipo de “brincadeira” pode levar o jovem a iniciar o uso de drogas inalatórias como a cocaína, visto que o ritual da inalação é praticamente o mesmo.

 

 

 

 

Fonte: ND+
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