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Mundo: Rússia anuncia retirada de parte das tropas em torno da Ucrânia
Geral
Publicado em 15/02/2022

O governo da Rússia anunciou em comunicado nesta terça-feira (15) que vai retirar algumas tropas militares da fronteira com a Ucrânia. De acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa russo Igor Konashenkov, diversas unidades já “completaram suas missões” de realizar treinamentos planejados na região. 

 

O anúncio, no entanto, não especifica quantos soldados voltarão às bases permanentes, apenas que “unidade dos distritos militares do sul e oeste que completaram suas missões já começaram a embarcar” para as guarnições. Apesar da retirada parcial, “as Forças Armadas russas continuam uma série de exercícios em larga escala para treinamento operacional de tropas. 

 

Praticamente todos os distritos militares, frotas e tropas aerotransportadas estão participando”, ressaltou Konashenkov. Ao mesmo tempo da diminuição de presença militar, cresce o plano russo de reconhecer áreas separatistas da Ucrânia como governo, o que complicaria Kiev. 

 

Na segunda-feira, o Parlamento começou a discutir o reconhecimento das duas autoproclamadas repúblicas separatistas pró-Rússia no leste ucraniano, que deram início a uma guerra civil em 2014 depois de moscou anexar a península da Crimeia. De acordo com o Ministério da Defesa ucraniano, há, atualmente, mais de 127.000 soldados russos posicionados perto de seus limites. 

A Rússia cercou o norte do país vizinho, onde a fronteira é mais desguarnecida, posicionando seu Exército como uma ferradura, cercando a região por três lados, incluindo em territórios de Belarus, de quem é aliada. O anúncio desta segunda-feira acontece um dia antes da data citada por autoridades do Ocidente como a de uma possível invasão à Ucrânia, o que fez com que representantes do governo de Moscou criticassem a “histeria”. 

 

À imprensa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os Estados Unidos de intensificar a crise ao repetir sobre uma invasão iminente, ao ponto em que o presidente Vladimir Putin teria começado a fazer piadas sobre o assunto. “Ele nos pediu para descobrir o momento exato, incluindo a hora, do início da guerra que foi publicada. É impossível entender esta loucura maníaca por informação”, disse Peskov. “Sempre falamos que as tropas voltariam para suas bases ao fim dos exercícios. Este é o caso dessa vez”. 

Para Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, “15 de fevereiro de 2022 entrará para a história como o dia em que a propaganda de guerra do Ocidente fracassou. Eles foram desonrados e destruídos sem que um único tiro fosse disparado”.

 

Na segunda-feira, em duas reuniões de Putin que tiveram trechos televisionados, autoridades russas já havia indicado um recuo na presença militar na fronteira com a Ucrânia. Em um dos trechos, foi anunciado o fim das atividades militares de Moscou com Belarus, iniciadas na última quinta-feira com a transferência de cerca de 30.000 soldados, dois batalhões de sistemas de mísseis terra-ar e diversos caças para os arredores de Minsk. 

 

Os treinamentos foram vistos pelos Estados Unidos e pela Otan, principal aliança militar ocidental, como pretexto para Moscou aumentar ainda mais o número de tropas ao longo da divisa com território ucraniano. A capital ucraniana, Kiev, fica a cerca de 200 quilômetros da fronteira com Belarus.

 

Fonte: Veja

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